O tabu entre os atletas e a sociedade que ainda desconhece muitos deste procedimento que alteram o metabolismo
Por Bárbara Mello
Os esteroides anabolizantes são usados desde 1930 para
procedimentos médicos como estimulação do crescimento ósseo, apetite, puberdade
e crescimento muscular. Essas substâncias são, geralmente, derivadas do
hormônio masculino, a testosterona. A polêmica surge quando as pessoas fazem o
uso com outro objetivo: ter um corpo “perfeito”. E aí as consequências podem
ser graves como o desenvolvimento de mamas nos homens e a produção de pelos no
rosto e no corpo das mulheres.
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Na realidade, o grande problema com a lei é em relação à
venda de produtos que são prejudiciais a saúde e que não tenha fim medicinal,
podendo pegar detenção de um a três anos e multa (art.278 do Código Penal).
Quando existe a falsificação de documento público ou particular, como a receita
médica, para que haja a compra, com a pena de reclusão de um a seis anos e
multa (arts.297 e 298 do Código Penal). E também é punido aquele que importar
ou exportar mercadoria proibida, sendo a pena de reclusão de um a quatro anos.
Muita gente recorre à substância porque, por mais que o
treino seja pesado e a alimentação correta, chega um momento em que os
resultados param de aparecer. Então, na maioria das vezes, as pessoas optam
pelo uso dos esteroides como Durateston, Oxandrolona, Hemogenin, Androgenon - substância de uso veterinário -, entre
outros.
O anabolizante pode ser ingerido de maneira oral, que é mais
agressivo para o fígado, ou injetável. É feito por ciclos que duram, em média,
2 meses, dependendo da pessoa e o número de repetições por ano também varia de
pessoa por pessoa.
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O médico diz que a Terapia Pós Ciclo (TPC), período de
regularização dos hormônios após o fim de um ciclo, traz a falsa ideia de
proteção dos efeitos colaterais. "É impossível ter os efeitos estéticos,
sem ter os riscos manifestados, eles vão aparecer com maior ou menor grau, com
certeza. Sempre é um ato irresponsável, ainda que tenha um acompanhamento
médico”, afirma.
Alguns desses anabolizantes podem ser encontrados em
farmácias e outros não. O custo deles varia, em média, entre R$150,00 a
R$600,00 cada um.
O estudante do 8º semestre de Educação Física, Caio Campos,
25 anos, é contra o uso de esteroides anabolizantes devido aos efeitos
colaterais e por acreditar que “a pressa é inimiga da perfeição”. Para ele, o que vem fácil, vai fácil, já que
na maioria das vezes os ganhos se perdem com a interrupção do uso, pois muito
do músculo conquistado é na verdade uma retenção liquida.
“Para obter músculo sadio é necessário anos de treinamento
com acompanhamento de um profissional, assegurando que o treino será
equilibrado, seguro e que atenderá suas necessidades. Para potencializar os
ganhos, é preciso uma dieta balanceada de alimentos e suplementos, pensando
sempre no ganho de massa magra, prescrita por um nutricionista ligado a área
esportiva.”, sugere ele.
Mas há também aqueles que são a favor do uso, como Ivie
Steffen, 37 anos, formada em Educação Física. Consciente dos malefícios que
isso pode trazer, ela conta que faz o uso há mais ou menos oito anos, e que não
se arrepende. Diz também que chegou ao seu objetivo, mas que conseguiu com
esforço e não apenas com anabolizantes. "Não adianta se entupir de
anabolizante e comer errado. A dieta é 70% do resultado”. Além, é claro, de
fazer as suplementações necessárias e treinar pesado todos os dias. Ivie acredita que é possível fazer o uso de
uma maneira responsável se houver um acompanhamento médico e fazer exames.