10/22/14 - Caraguá Beach
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Minhas letras


O que me torna jornalista?

As letras. Elas sim me dominam. O desenho geométrico de cada letra, no perfeito compasso e harmonia que se encontra com outra letra formando a palavra. É emoção. O conjunto categórico de palavras que se unem na dança de uma frase. É liberdade.

Esta ligação de gramática, sentimento e construção do meu “eu”, é o que me faz jornalista. É uma prisão.

Não daquelas tradicionais e morais que servem de punição. É aquela prisão, que alguns chamam de amor, que só eu, e apenas eu, posso dizer que não sei como deixar de amar. E não posso. Não quero.

A letra, a palavra, a frase, a expressão.

Do conjunto de regras que libertam e aprisionam conclui-se no final o mais compensador dos sentimentos. O alívio.

Talvez eu ande de texto em texto apenas buscando, no fundo de tudo, o meu alívio.

Incessante composição.

De hora em hora, só preciso me recompor, e compor, para por, a expressão no balanço e na ordem que merece ser exposta.


É função do jornalista tornar a fragmentação do dialeto em um jogo de realização? Quem se torna jornalista sem voltar a questão?  



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