05/12/14 - Caraguá Beach
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Projeto Visão Costeira dá aula em alto mar

Estudante da escola Cynthia Cliquet contempla a Visão Costeira


Poderia ser mais um dia qualquer – ainda que fosse mediocridade minha dizer que os dias podem ser “quaisquer” – mas, diante de um dia repleto de vários tons de azul, o céu estava azul centáurea, típico de verão, porém no outono. 
O mar era um azul royal, tornando tudo a mais rica realeza, aquela que chamamos de natureza. As 8h da manhã de uma quarta-feira, fui participar do Projeto Visão Costeira, em São Sebastião.

Quando a gente trabalha com comunicação e temos que retratar a realidade para outras pessoas, nos deparamos com situações maravilhosas como um passeio de escuna socioambiental por puro trabalho, haha.

Pra quem não conhece, o Projeto Visão Costeira surgiu em 2004 com alguns alunos da UNIBR, uma faculdade de São Sebastião. Estes universitários quiseram dar a oportunidade para jovens estudantes do ensino fundamental a terem uma aula especial. Eles iriam passear de escuna por toda a costeira da cidade, e descobrir os mistérios, histórias e problemas ambientais que por terra eles não saberiam que existem.

A bordo da escuna e junto com cerca de 50 estudantes do 9° ano da Escola Municipal Cynthia Cliquet Luciano, embarquei numa verdadeira sala de aula em alto mar. Partindo do bairro São Francisco, indo até o Farol do Moleque e retornando para a Praia das Cigarras, foram tantas informações que eu poderia dizer que nunca estive em São Sebastião de verdade.

O idealizador do Projeto Visão Costeira é o Secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego. Ele é responsável por toda aula histórica que é dada aos alunos que deixam-se levar pelo ronco do motor da escuna e a paisagem litorânea da cidade. Um fato curioso pra mim foi descobrir a existência da marina Igararecê, que possui até postos de gasolina flutuantes! Inclusive um é da Petrobrás. Imagino quantos milhões cada “barquinho” daquele não custa. Sonho que não cabe em mim.

O Secretário de Meio Ambiente de São Sebastião com a camiseta de seu projeto







estudantes participam do projeto Visão Costeira
Outra informação que também foi novidade no meu currículo educacional e histórico sobre São Sebastião, foi descobrir que abaixo das ponte submersas que ligam o território da cidade aos navios, acho que podemos chamar isso de Porto, é que surgiu a proliferação de espécies de aves que estavam em extinção. Agora não me perguntem o nome destas aves que não lembrarei, risos.

O Secretário de Meio Ambiente disse, de uma maneira exemplificada, que a aula que é dada durante o passeio pode ser utilizada em várias disciplinas na escola. “Eu digo as crianças que quando o navio está carregado de petróleo, existe uma demarcação na embarcação que indica isso, faço eles descobrirem qual é. Isso pode ser usada em uma aula de física”, contou o idealizador do Projeto Visão Costeira.

A nossa “aula-passeio” durou cerca de quatro horas, mas eu queria que durasse o dia inteiro. Ficava observando a costeira e ouvindo as explicações do Secretário e analisava a mudança que o local teve em poucos anos devido ao crescimento da cidade e os impactos ambientais. Isso me fez pensar se, futuramente, a paisagem linda que eu vi, ainda irá existir.

A coordenadora do Projeto, Flávia Paes, contou outro fato importante. “Nós já atendemos mais de 1,5 mil crianças dos 8° e 9° anos de São Sebastião, só nos últimos dois anos”. Ela disse ainda que é muito divertido oferecer à estes alunos uma aula diferente.


Olha, eu tenho certeza que estes jovens terão uma Visão Costeira bem diferente a partir de agora. Além de dar a eles um dia divertido, eles vão pisar em São Sebastião e lembrar que as atitudes que nós tomamos aqui, se vistas de longe, podem refletir muita coisa! 

Porto de São Sebastião

Navio cargueiro atracado no Porto de São Sebastião

Momento de descontração durante o passeio

Alunos da Escola Municipal Cynthia Cliquet Luciano 


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